sábado, 16 de julho de 2016

Sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular tem função de levar o sangue oxigenado, hormônios, nutrientes para todas as células do corpo e remoção de sangue com CO2. Além de proteção dos tecidos, regulação dos líquidos teciduais e da temperatura. È constituído por vasos sanguíneos (artérias, veias, capilares), sangue e coração.
O coração é um órgão oco, localizado no mediastino, entre os pulmões e com a base sob o diafragma. É composto pelas camadas: endocárdio, miocárdio e pericárdio e por quatro câmaras: Átrio Direito, Ventrículo Direito, Átrio Esquerdo, Ventrículo Esquerdo. Os átrios são responsáveis pela admissão (entrada de sangue) pelas Veias e os ventrículos são as câmaras de ejeção (saída de sangue) para Artéria.
 
O lado direito do coração recebe sangue do sistema, contém menor conteúdo de oxigênio e ejeta sangue para os pulmões. O Lado esquerdo do Coração recebe sangue dos pulmões, contém maior conteúdo de oxigênio e ejeta sangue para o sistema. Assim temos a circulação pulmonar (o sangue rico em CO2 é ejetado para o pulmão e é recebido no átrio esquerdo rico em O2) e a circulação sistêmica (o sangue rico em O2 é ejetado do ventrículo esquerdo para o sistema e é recebido no átrio direito rico em CO2). O bombeamento de sangue se dá pela sístole (contração dos ventrículos em que ocorre o esvaziamento ventricular) e pela diástole (relaxamento dos ventrículos onde ocorre o Enchimento ventricular).



O coração tem um sistema de condução elétrica para a contração. O sistema é formado por: Nodo (Nó) Sinoatrial, Vias Internodais, Nodo Átrio-Ventricular (AV), Feixe Átrio-Ventricular (AV)  (Feixe de HIS), Ramos Direito/Esquerdo e Fibras de Purkinje.
A condução elétrica se dá através destes, pela despolarização (progressão de uma onda de cargas positivas para dentro das células, estimulando a contração) e repolarização (restituição de cargas negativas dentro das células, causando o relaxamento).




O ritmo e a condução elétrica no coração podem ser verificados através do eletrocardiograma. O eletrocardiograma pode mostrar também, o tamanho dos átrios e ventrículos e a situação das artérias.
Podemos observar através da formação de ondas geradas graficamente.

P - contração dos átrios
QRS – contração dos ventrículos
T – onda de recuperação
U – não constante, pois ainda se discute a origem, porem quando está presente, o normal é que seja com onda positiva.

Ainda pode-se observar 12 derivações: Bipolares (DI, DII, DIII) Unipolares (AVR, AVL, AVF) e Precordiais (V1, V2, V3, V4, V5, V6).
V1 – 4º espaço intercostal à direita
V2 – 4º espaço intercostal à esquerda
V3 – entre V2 e V4
V4 – 5º espaço intercostal, na linha clavicular mediana.
V5 – 5º espaço intercostal, na linha axilar anterior.
V6 – 5º espaço intercostal, na linha axilar media.

Cardiopatias


Os sinais e sintomas de doenças podem se originar no coração ou outros órgãos que sofram repercussão, como os rins e pulmão.
As manifestações mais comuns de doenças cardíacas são: dispneia, edemas, fadiga, dor no peito, palpitações, desmaio, alteração de pressão arterial e frequência cardíaca, alteração na diurese, cianose e alterações periféricas.
Na anamnenese de uma paciente cardiopata é importante coletar dados como: relato do inicio da dor, o quanto é desconfortável, motivo de desencadeio de crise (pequeno, médio ou grande esforço), quais atividades diárias foram alteradas e qual a atividade aliviam os sintomas (repouso ou medicações).
É importante a investigação da dor quanto ao tipo (aperto, ponta, facada, latejante, surda), localização, intensidade. Irradiação (pescoço, braço esquerdo, epigastrialgia, costas), duração (inicio e termino, continua ou intermitente), se há presença de náuseas, sudorese, tontura, sincope. Qual a relação com a pressão arterial, diurese, ganho de peso e edema de membros inferiores.
Verificar antecedentes familiares e sedentarismo, dislipidemias, se o paciente é fumante, se já fez algum tratamento com medicamentos, cirúrgico, cateterismo, implante (marca passo).
Edemas em membros inferiores, identificados pelo sinal de Godet podem indicar a insuficiencia ventricular direita (que leva ao aumento de líquido e aumento de pressão hidrostática vascular, causando o edema) e a função ventricular esquerda pode ser avaliada pelo preenchimento capilar e coloração de extremidades.

Exame Físico do Aparelho Cardiovascular


Para o exame físico do aparelho cardiovascular é importante observarmos a posição do paciente (sentado ou deitado, tranquilo ou inquieto), considerando a frequência cardíaca (normal é de 60 a 100 bpm) e dados antropométricos como: índice de massa corpórea (IMC), circunferência abdominal e relação cintura quadril.
Podemos calcular o IMC dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. O calculo do IMC proporcional à gordura corporal, esta relacionado ao risco de doenças associadas à obesidade. O valor normal esta entre 18,5 e 24,9 kg/m2.
Quanto maior a relação cintura quadril ( superior a 0,8 em mulheres e 0.9 em homens), maior é o risco de doenças cardiovasculares, pois esta relacionada a maior quantidade de gordura visceral. A medida isolada da cintura pode mostrar risco se ultrapassar os valores de 94 cm para homens e 80 para as mulheres.

Inspeção


A inspeção pode ser realizada com o paciente em decúbito dorsal, com o tórax exposto, ao qual se avalia o Ictus córdis, que é gerado pelo impacto da ponta do coração a cada sístole ventricular. O Ictus córdis está localizado no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha Hemiclavicular. Através deste, pode ser avaliado o levantamento do precórdio. Pulsação epigástrica “muito acentuada” pode indicar a hipertrofia ventricular direita e em situações de pulsação acentuada supraesternais, pode indicar hipertensão arterial sistêmica e/ou aneurisma.

Palpação


Ictus cordis: com as polpas digitais, localizamos o choque de ponta. Podemos ainda pedir que o paciente fique em decúbito lateral esquerda, para que o coração se desloque próximo a parede torácica.
Podemos encontrar o Ictus córdis deslocado para cima em casos de ascite ou gravidez e podemos palpar o Ictus córdis deslocado para baixo, indicando pneumotórax, enfisema pulmonar e casos de hipertrofia do ventrículo direito, além de se deslocar para baixo, o Ictus córdis tende a se deslocar da linha Hemiclavicular.
Podemos ainda verificar a presença de frêmitos, decorrente do fluxo turbulento de sangue pelas válvulas. O frêmito é avaliado com a mão espalmada na região do precórdio.

Ausculta


Consiste na avaliação dos sons cardíacos (bulhas cardíacas), o qual podem ser avaliados o fluxo de sangue pelas válvulas, enchimento dos ventrículos e ritmo cardíaco.
A bulha “1” refere-se ao fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide), dando inicio a sístole, com a contração dos ventrículos e a bulha “2” refere-se ao fechamento das válvulas semilunares (pulmonar e aórtica), fim da sístole e inicio da diástole com o relaxamento dos ventrículos.
Podemos avaliar os sons através dos focos: pulmonar (2º espaço intercostal a esquerda), aórtico (2º espaço intercostal a direita), mitral (5º espaço intercostal a direita na linha Hemiclavicular), tricúspide (base do apêndice xifoide a esquerda) e ponto de Erb (3º espaço intercostal a esquerda).
A bulha 1 pode ser melhor ouvida no ápice do coração (foco mitral e tricúspide) e a bulha 2 pode ser melhor ouvida na base do coração (foco aórtico). Na base do coração a bulha 2 é mais alta que a bulha 1 e a bulha 1 é mais alta no ápice do coração, sendo que no ponto de Erb, as bulhas tem a mesma intensidade.
 

 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Revisão anatomia e fisiologia: Pâncreas

Localizado na parte superior do abdome, com função exócrina (enzimas digestivas) e endócrinas.
As glândulas exócrinas levam as secreções para o ducto pancreático que se une ao ducto biliar e penetra no duodeno. As secreções são enzimas com conteúdo proteico e com eletrólitos, são alcalinas e incluem:
Ø  Amilase: digestão de carboidratos
Ø  Tripsina: digestão de proteínas
Ø  Lípase: digestão de lipídios

A secreção e estimulada por hormônios como a secretina, para secreção de bicarbonato e colecistocinina-pancreozinina (CCKPZ) para secreção de enzimas digestivas.
No pâncreas endócrino, as Ilhotas de Lngerhans produzem:
Ø  Insulina (pelas células Beta): que auxilia na entrada de glicose no fígado, músculo e outros tecidos. Alem da formação do glicogênio e armazenamento no tecido adiposo.
Ø  Glucagon (células Alfa): responsável pela conversão do glicogênio em glicose para  aumentar nível de glicemia.
Ø  Somatostatina (células Delta): inibe liberação de glucagon, insulina e hormônio do crescimento (GH), estimula a tireoide (TSH), diminui a secreção gástrica e pancreática.

Pancreatite

inflamação do pâncreas descrito como autodigestão do pâncreas, que pode resultar da obstrução do ducto pancreático ou hipersecreção de enzimas exócrinas, que entram no ducto biliar, são ativadas e refluem para o ducto pancreático junto com a bile, gerando a pancreatite.

Pancreatite aguda

Caracteriza-se por edema e inflamação do pâncreas que pode retornar ao normal em 6 meses, considerando a forma branda ou pode ocorrer a digestão enzimática da glândula, com formação de tecido necrótico e extensão da lesão aos tecidos retroperitoneais na pancreatite grave.

Pancreatite crônica

Caracterizada por destruição anatômica e funcional progrssiva do pâncreas, com formação de tecido fibroso por repetidas obstruções do ductos pancreático e biliar.

Complicações

Cistos, abcessos pancreáticos, coleção de liquido no pâncreas, síndrome da angustia respiratória aguda, choque, coagulopatia intravascular disseminada, derrame pleural.

Fisiopatologia

A inflamação é gerada pela digestão do pâncreas por suas próprias enzimas. Os cálculos biliares podem obstruir a passagem do suco pancreático pela ampola Vater (que comunica o ducto pancreático e biliar ao duodeno) levando ao refluxo para o ducto pancreático. As causas mais comuns sã uso de álcool prolongado, infecção bacteriana ou viral, edema ou espasmo da ampola Vater, ulcera péptica, hipercolesterolemia.


Manifestações clínicas

Ø  Dor abdominal na região epigástrica, geralmente 24 horas depois da refeição ou ingestão de álcool.
Ø  Êmise sem alivio da dor.
Ø  Hipotensão, icterícia.
Ø  Angustia respiratória e hipóxia devido a infiltrados pulmonares.
Ø  Perda de peso.

Tratamento

ü  Ingestão oral é suspensa para inibir a secreção de enzimas pancreáticas.
ü  Tratamento da dor com analgésicos.
ü  Drenagem de cistos através de endoscopia.
ü  Eliminar ingestão de álcool.
ü  Desbridamento do tecido necrótico do pâncreas através de cirurgia.
ü  Uso de antiácidos a partir da resolução da pancreatite.

Cuidados de enfermagem

ü  Aliviar a dor e desconforto
ü  Melhorar o padrão respiratório
ü  Melhorar o estado nutricional
ü  Monitorar complicações

ü  Ensinar autocuidado